.

11.11.09

APAGÃO

ERAM 10,13H DA NOITE , O COMPUTADOR, TELEVISÃO,
E OUTROS APARELHOS NA CASA TODOS LIGADO, AS LUZES PISCARAM E EM
SEGUIDA FICOU TUDO NO ESCURO, SEM SABER O QUE ACONTECEU, LIGUEI PARA VARIOS LUGARES, E CIDADES DE AMIGOS, E EM TODAS AS CIDADES TUDO ESTAVA SEM LUZ.
COMO TINHA UMA TELEVISÃO A BATERIA, LIGUEI, NA ESPERANÇA DE SABER NOTICIAS,
MAS MESMO OS CANAIS DE TELEVIÃO NADA SABIAM, SOMENTE UMA MEIA HORA DEPOIS
FICAMOS SABENDO ATRAVES DO CANAL DA GLOBO QUE ITAIPÚ ESTAVA TOTALMENTE DESLIGADA, E QUE CONDIÇÕES METEREOLOGICAS FORAM OS RESPONSAVEIS PELO APAGÃO QUE AFETOU 18 CIDADES BRASILEIRAS.










LUCIIA
É POETA, ESCRITORA, POETA DEL-MUNDO, E COORDENADORA MUSICAL DO PROJETO PROYECTO CULTURAL SUR PAULISTA, REALIZA SEUS EVENTOS CONJUNTAMENTE COM A COORDENADORA GERAL DORA DIMOLITSAS, SEMPRE ALEGRE, DINAMICA, E COM TOTAL DISPOSIÇÃO DE VER SEMPRE TUDO
ACONTECER COM AQUELA ALEGRIA.
LUCIA FALA HOJE SOBRE O APAGÃO QUE DEIXOU TODOS NOS BRASILEIROS ASUSTADOS E CONFUSOS,O APAGÃO PEGOU TODOS NOS DE SURPRESSA

Notívagos de Platão

Itaipú 10/11/09



É noite. Penso em você. Parece que o breu chama a luz fraca do olhar E eu,

Aqui no canto, escondo sonhos. Pilares que sustentam Sua imagem celular

Rádio transmissores , ondas telepáticas Comunicam-se na escuridão

da torre Luminosa que pisca na Paulista sem parar, assim Como meus pensamentos de neon

neste Candelabro húngaro...

Luzes de emergência permeiam meu cérebro. Buzinas, carros, gritos histéricos,

Atitudes Pueris ocupam ruas que já não vejo; Apenas adivinho.

Em noites assim, apagam-se também os sonhos, E pessoas, obrigam-se acordar

para dentro, À luz de uma nova percepção.

De repente, todos os sentidos, Exceto a visão, aguçam-se; dilaceram a máxima “ver para crer”,

Pois já não se vê – “apenas se crê,”

a fé, então, torna-se uma espécie de apagão meio as brancas Paredes, janelas negras. Tudo estático

e de uma impotência angustiante. A ansiedade toma conta da folha também branca. O reencontro, mais Apaixonado devido à distância, invade os corações do escritor e do papel.

o tinteiro, retomado, Retorna as origens. Tudo nunca fez tanto sentido quanto agora: A tinta no cargueiro, Céu sem estrelas, nuvens sem teto...

Uma música enche a noite cerceando a escuridão – alta, confusa, estridente, ardente...

Uma musa, uma música. o garfo que cai tilintando sons de metal, confunde-se a um barulhento rádio barato,

De pilhas enferrujadas, meladas que como a noite viram morte enquanto a jovem pan anuncia as “últimas e únicas” notícias aos notívagos de Plantão. Nada mais segura A esperança! até os ruídos, aos poucos evaporam-se nas sombras. Tudo se faz silêncio; Um silêncio cheio de barulhos não identificáveis. Tosses, espirros, bruxismo – falta luz e falta sono e apenas eu, no meu ninho , Ouço atenta as vozes da noite ; são as quatro paredes amareladas que conversam animadamente com uma moldura antiga. parecem gargalhar da situação que, por um triz, Não entro no clima , participando da grande piada, tipo: seria cômico de não fosse trágico”

Isolo-me! Sou eu naquela foto: Tão alienada, tão sem paisagem, tão embalsamada à moldura,

Às paredes, ao chão de tacos. Panos espalhados pelo quarto, um pouco de poluição em pó; coisas comuns enchem a minha Solidão; preenchem o vazio do meu quarto : quarto crescente, lúcia minguante.

De repente, um sopro forte chacoalha o aposento. a chama que ameaça diluir-se em fumaça confunde-se

Ao silêncio, as vozes, aos ruídos do velho rádio. Amarela-se às paredes, penetra na moldura e funde-se à minha foto p&b. Tranqüilizo-me e penso: agora sim somos uno, enfim. Não sou mais eu nem as coisas que me cercam, mas as coisas que me invadem ; as coisas que me tomam e se apoderam. Fruto de horas Silenciosas; nesta nossa companhia, interagimos aquecendo a solidão do quarto. Sinto-me possuída por uma calma quase plana; algumas pontadas rasgam-me as entranhas ...dói o corpo; dói a alma e A memória. Nenhum sino bate as horas.

Pra quê relógio? Pra que saber das horas, se no escuro, o relógio também para e isso, não faz a mínima diferença quando inala-se solidão e escuro por todos os poros; enche-se os pulmões de nadas. Tudo é estranhamente absurdo, insípido, inodoro e sem nenhum sentido. O único sentido é escrever até energizar ou pirar no escuro; escurecer na danação do quarto minguante, crescer no escuro. Molhar o teto, olhar o chão. Esquizofrenizar a solidão, o medo, a demora é a forma mais real e concreta de vencer o pânico na noite de pedra, Agradecendo ao pequeno rádio notícias da Jovem pan...

à usina de Itaipu pela quebra,

E rezar para que tudo acabe ou não

Em pizza,

novamente!



Lúcia Gönczy

1 Comentários:

  • Dora, ficou maravilhoso amiga
    mas é Notívagos de Platão. Refiro-me ao notívagos, como nós poetas, que vivemos, além do sentir, no Mundo das Idéias. beijos

    Lúcia Gönczy

    Por Blogger Lúcia Gönczy, às 8:38 AM  

Postar um comentário

<< Home