O avesso do espelho: O Rumo Óbvio redutonegativo.blogspot.com
O Primeiro a vacilar, morre! Não tem colher de chá, arrego, Agô. O Primeiro a dar a cara a tapa, mia o gemido final. Estavam todos acuados, estáticos, foragidos da lei desumana que garante a manutenção das comunidades ignoradas pela cidade sem perdão. Na ausência da cidadania, estabeleceu-se a anarquia auto-suficiente. A renda vem do que os vícios consomem – e se algo mais se faz necessário, pega-se à força, de fora para dentro: dos ricos para os pobres, dos cidadãos para os marginalizados, dos filhos de Deus para os filhos do cão. E assim, se mantém equilibrada a desigualdade social no Rio de Janeiro. Três escondidos: um dopado, dois sóbrios desesperados. Como motivação para a inércia, a certeza de que um movimento, seguro ou em falso, lançaria todos no mesmo vão: uma cova funda, ao invés de três rasas. As dívidas falaram mais alto do que as considerações que cada um deles inspirava. Já não podiam pagar pelas próprias loucuras, bancar o direito à perdição; e muito menos enganar a mais alguém – além de si mesmos. Sem dinheiro, recorreram à divida. Sem garantias, penhoraram suas vidas. Sem saída, recorreram à fuga. Sem planejamento estratégico, seguiram o rumo óbvio, o caminho das matas escolhido por todos os prometidos do morro. Lá, como de hábito, foram surpreendidos. Acuados, seguiram o próprio espanto, desviaram as atenções e se entocaram. Deixam um rastro, foram cheirados, perseguidos, encontrados e cobrados: com o próprio fim. Dois morreram de pronto, o outro depois de muito agonizar. Viraram ração para os urubus, despacho para Oxossi, adubo para a mata atlântica e inspiração para as crianças da comunidades que, ainda incapazes de provar os delírios manipulados, preferiam contornar a infância brincando de serem traficantes e viciados.
Rejane Marques 11 de agosto de 2011 12:31
O Primeiro a vacilar, morre! Não tem colher de chá, arrego, Agô.
O Primeiro a dar a cara a tapa, mia o gemido final.
Estavam todos acuados, estáticos, foragidos da lei desumana que garante a manutenção das comunidades ignoradas pela cidade sem perdão. Na ausência da cidadania, estabeleceu-se a anarquia auto-suficiente. A renda vem do que os vícios consomem – e se algo mais se faz necessário, pega-se à força, de fora para dentro: dos ricos para os pobres, dos cidadãos para os marginalizados, dos filhos de Deus para os filhos do cão. E assim, se mantém equilibrada a desigualdade social no Rio de Janeiro.
Três escondidos: um dopado, dois sóbrios desesperados. Como motivação para a inércia, a certeza de que um movimento, seguro ou em falso, lançaria todos no mesmo vão: uma cova funda, ao invés de três rasas.
As dívidas falaram mais alto do que as considerações que cada um deles inspirava. Já não podiam pagar pelas próprias loucuras, bancar o direito à perdição; e muito menos enganar a mais alguém – além de si mesmos. Sem dinheiro, recorreram à divida. Sem garantias, penhoraram suas vidas. Sem saída, recorreram à fuga. Sem planejamento estratégico, seguiram o rumo óbvio, o caminho das matas escolhido por todos os prometidos do morro. Lá, como de hábito, foram surpreendidos. Acuados, seguiram o próprio espanto, desviaram as atenções e se entocaram. Deixam um rastro, foram cheirados, perseguidos, encontrados e cobrados: com o próprio fim.
Dois morreram de pronto, o outro depois de muito agonizar. Viraram ração para os urubus, despacho para Oxossi, adubo para a mata atlântica e inspiração para as crianças da comunidades que, ainda incapazes de provar os delírios manipulados, preferiam contornar a infância brincando de serem traficantes e viciados.
O avesso do espelho: O Rumo Óbvio
redutonegativo.blogspot.com
2 Comentários:
Adorei ver meu texto publicado aqui.
Adorei esse espaço.
Vou seguir e indicar no meu blog.
Se puder, dá uma passada lá também.
Abraços!
http://redutonegativo.blogspot.com
www.twitter.com/rejane_marques
Por AssiZ de Andrade, Ã s 4:47 PM
ASSIZ DE ANDRADE seu trabalho é muito bom, seja bem vinda,
sempre que tiver trabalhos
de interesse publico estou a disposição para publicar um abraço Dora
Por Doroty Dimolitsas, Ã s 1:16 PM
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