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A Reforma Hinduísta.
As várias tendências surgidas depois do longo período de elaboração filosófica e de decadência do hinduísmo bramânico produziram, no século VI a.C., o jainismo e o budismo como religiões distintas.
O fracionamento se deu pois Vardhaman Mahavira, o Jaina, e também Sidharta Gautama, o Buda, fundadores do Jainismo e do Budismo, rejeitavam os dogmas védicos-bramânicos e anunciavam a auto-suficiência do homem para uma vida plena. Para eles, homem não precisa de um deus para realizar seu destino pois está pautado no livre arbítrio, não precisando de uma interferência direta de Deus ou um milagre para que isto aconteça (v. Capítulo IV).
O Budismo que nasceu em seu seio, também influenciou, posteriormente, ao Hinduísmo atual. A preocupação social do budismo, que condenava o sistema de castas e o monopólio religioso dos brâmanes, transferiu-se mais tarde para o hinduísmo. O renascimento do hinduísmo e a invasão islâmica produzida entre 1175 e 1340, que acabou por impor-se a quase toda a Índia, limitaram a expansão do budismo ao seu país de origem.
4- A Doutrina Atual.
As muitas diferenças e divisões doutrinárias produziram enorme diversidade de cultos. O paraíso hindu abriga 330 milhões de divindades, nada mais são que expressões de um brahman único que encerra em si mesmo o universo todo. Acima de tudo e todos está a superioridade de Deus, cuja imagem se identifica com o antigo mito do primeiro homem, Parusa. O despedaçamento de seu corpo, que produziu o nascimento do universo, é a base da doutrina hinduísta de um Deus simultaneamente criador e destruidor da realidade. Destruir para construir. Não há como construir o novo sem destruir. Assim, o Deus Universal está acima do panteão de divindades locais, que não têm o título de Isavara ou Senhor.
Posteriormente, Brahma foi superado por Shiva e Vishnu, em torno dos quais os demais deuses foram agrupados. A coexistência de tantas formas e manifestações religiosas criou os mais extraordinários símbolos, como imagens de deuses com mil olhos, como Indra, e Kali, que se popularizou, principalmente, por um de seus filhos, Ganesha, com vários braços e cabeça de elefante.
O destino do homem, entretanto, depende de seu próprio esforço. O homem pode condenar-se ou salvar-se dos sofrimentos, causados pela samsara - a roda da vida que gira sem cessar, com nascimentos e renascimentos sucessivos. A alma de todas as criaturas e não somente a dos homens está sujeita a um novo nascimento, nominado punajarman. É a reencarnação sucessiva, sacralização da vida trágica de longos períodos de fome, guerras, doenças e cataclismos. A realidade social é predestinada e, em geral desgraçada, mas o karma, a repetição de vida por meio de vários nascimentos, traz a oportunidade de se atingir uma casta mais elevada, por meio das vivências das vidas, até chegar-se no estágio da salvação que consiste na liberação desse ciclo e na fusão final com Brahma, que está além de toda ação ou inação e acima do bem e do mal. A formação de qualquer universo, que surge por uma projeção de Brahma, tem a existência limitada a 4,32 bilhões de anos solares. No final desse ciclo, as chamas ou as águas destroem esse universo e maya retorna a Brahma, e o mesmo processo se repete indefinidamente.
5- As Castas.
A religião hinduísta atribue caráter religioso a todas as atividades, o que faz do hinduísmo uma ordem social-religiosa que influi diretamente na vida toda, desde a moral até a economia e a gramática. As castas eram divididas por função desempenhada somada a hereditariedade. Assim, se a pessoa nasceu em determinada casta é porque teria que ter, junto com sua casta, a função social inerente, portanto uma predisposição divina. De certa maneira, isso supera o pessimismo da desilusão e confere, a cada momento da vida, uma dimensão religiosa.
Com a formação dos árias (antepassados mais antigos de matiz indo-européia), implantou-se na Índia o sistema de castas que começou a desenvolver-se por volta de 850 a.C. Sua origem parece proveniente da divisão entre o imigrante de pele clara, e os nativos (dasya), denominados escravos (dasas), que se distinguiam pela pele escura. Com o tempo, o sistema de classificação evoluiu para o plano político-social-religioso, que, em sua estrutura mais antiga, o sistema era constituído de quatro castas: os brâmanes (sacerdotes), os xatrias (guerreiros), os vaixás (burgueses) e os sudras (artesãos).
São praticamente inquestionáveis as obrigações impostas pelo sistema de castas. Atuar de acordo com a casta a que pertence é, para o hindu, conseqüência da doutrina enraizada na ordem do universo, um destino do qual ele não pode se desviar. A ordem social divide as pessoas em castas, assim como a vida se manifesta em formas inferiores e superiores. Cada casta tem suas próprias normas e está rigorosamente separada das outras. Não são permitidos o casamento misto, a refeição em comum, a participação conjunta de homens e mulheres, em atividades profissionais. A quebra de qualquer dessas obrigações implica a exclusão do indivíduo de sua casta, privando-o de todo direito social. É uma humilhação. Ele se torna um pária, sem casta, mas pode formar sua própria casta ou unir-se a outra.
Com o tempo, o número de castas aumentou e chegou a mais de três mil castas e subcastas, divisão que ainda influi poderosamente na sociedade indiana, que extinguiu legalmente as castas, em 1947. A divisão da população hinduísta indiana era, na ocasião, de, cerca de: 1- dezessete milhões de brâmanes, casta dos sacerdotes; 2- vinte milhões de membros somando as castas dos xatrias , os vaixás e os sudras; 3- mais de sessenta milhões de outras categorias surgidas depois, entre as quais a dos chamados intocáveis, os harijans, que significa o povo de Deus.
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Mahatama Gandhi era hinduísta e por tudo o que ele fez e deixou de semente obriga-me a considerar que seja um Santo (é comprovado, cientifica e historicamente, que Deus fez a partir dele maravilhas). Nem é preciso que eu diga o porquê. Somos um conjunto de intelectuais e todos sabem sobre o homem de boa vontade que foi Gandhi.
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