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26.3.08

Poder do Mito


Poder do Mito

por

Joseph Campbell

Seleção, resumo e adaptação de Carlos Guimarães.



Por que mitos? Por que nos importarmos com eles? O que eles têm a ver com nossas vidas?

Um de nossos problemas, hoje em dia, é que não estamos familiarizados com a literatura do espírito. Estamos interessados nas notícias do dia e nos problemas práticos do momento. Antigamente, o campus de uma universidade era uma espécie de área hermeticamente fechada, onde as notícias do dia não se chocavam com a atenção que você era estimulado a ter em se dedicar à vida interior, no aprender, e onde não se misturava com a magnífica herança humana que recebemos de Platão, o Buda, Goethe e outros, que falam de valores eternos e que dão o real sentido à vida.

As literaturas grega e latina e a Bíblia costumavam fazer parte da educação de toda gente. Tendo sido suprimidas, em prol de uma educação concorde com uma sociedade industrial, onde o máximo que se exige é a disciplina para um mercado de trabalho mecanicista, toda uma tradição de informação mitológica do ocidente se perdeu. Muitas histórias se conservavam na mente das pessoas, dando certa perspectiva naquilo que aconteciam em suas vidas. Com a perda disso, por causa dos valores pragmáticos de nossa sociedade industrial, perdemos efetivamente algo, porque não possuímos nada para por no lugar. Essas informações, provenientes de tempos antigos, têm a ver com os temas que sempre deram sustentação à vida humana, construíram civilizações e formaram religiões através dos séculos, e têm a ver com os profundos problemas interiores, com os profundos mistérios, com os profundos limiares de nossa travessia pela vida, e se você não souber o que dizem os sinais deixados por outros ao longo do caminho, terá de produzi-los por conta própria.

Quer dizer que contamos histórias para tentar entrar em contato com o mundo, para nos adaptarmos à realidade?

Sim. Por exemplo, grandes romances podem ser excepcionalmente instrutivos, porque a única maneira de você descrever verdadeiramente o ser humano é através de suas imperfeições. O ser humano perfeito é desinteressante. As imperfeições da vida, por serem nossas, é que são apreciáveis. E, quando lança o dardo de sua palavra verdadeira, o escritor fere. Mas o faz com amor. É o que Thomas Mann chamava "ironia erótica", o amor por aquilo que você está matando com a sua palavra cruel. Aquilo que é humano é que é adorável. É por essa razão que algumas pessoas têm dificuldade de amar a Deus; nele não há imperfeição alguma. Você pode sentir reverência, respeito e temor, mas isso não é amor. É o Cristo na cruz, pedindo ao Pai que afaste seu cálice de sofrimento, e que chora por Lázaro morto, que desperta nosso amor.

Aquilo que os seres humanos têm em comum se revela nos mitos. Eles são histórias de nossa vida, de nossa busca da verdade, da busca do sentido de estarmos vivos. Mitos são pistas para as potencialidades espirituais da vida humana, daquilo que somos capazes de conhecer e experimentar interiormente. O mito é o relato da experiência de vida.
A mente racional, analítica, o lado esquerdo do cérebro se ocupa do sentido, da razão das coisas. Qual é o sentido de uma flor? Dizem que um dia perguntaram isso ao Buda, e ele simplesmente colheu uma flor e a deu ao seu interlocutor. Apenas um homem compreendera o que Buda queria demonstrar. Racionalmente, não fazia sentido esse gesto. Ora, mas podemos fazer a mesma pergunta para algo maior: qual é o sentido do universo? Ou qual o sentido de uma pulga? A única resposta realmente válida está exatamente ali, no existir. Qualquer formulação racional nos dá uma idéia linear da coisa, mas mata a beleza da coisa em si. Estamos tão empenhados em realizar determinados feitos, com o propósito de atingir objetivos de um outro valor, linear e longe da vibração da vida, que nos esquecemos de que o valor genuíno, o prodígio de estar vivo, é o que de fato conta. É por isso que as grandes questões filosóficas, embora sejam de fundamental importância para todos, acabam sendo a preocupação de apenas uma ínfima minoria da população. Eles esqueceram de que o valor genuíno, o prodígio de estar vivo, é o que de fato conta, e preferem se acomodar aos papeis de uma vida burguesa e adaptada ao sistema capitalista, deixando que outros, atualmente os políticos e os cientistas, tomem as decisões mais complexas por eles. Mas todos já foram crianças curiosas, não foram? A curiosidade infantil é a mesma curiosidade do filósofo. Cristo está certo quando fala que só "quem se faz como um destes pequeninos entrará no Reino dos céus". Bom, e como podemos resgatar um pouco de nosso grande potencial humano? Lendo mitos. Eles ensinam que você pode se voltar para dentro. Busque-os e você começa a entender as suas mensagens. Leia mitos de outros povos, pois lendo mitos alheios você começara a perceber que alguns enredos são universais. Por exemplo, a lenda do Graal. A busca dos cavaleiros do Rei Arthur pelo Graal representa o caminho espiritual que devemos fazer e que se estende entre pares de opostos, entre o perigo e a bem-aventurança, entre o bem e o mal, pois não há nada de importante na vida que não exija sacrifícios e algum perigo.

O tema da história do Graal diz que a terra está devastada, e só quando o Graal for reencontrado poderá haver a cura da terra. E o que caracteriza a terra devastada? É a terra em que todos vivem uma vida inautêntica, fazendo o que os outros fazem, fazendo o que são mandados fazer, desprovidos de coragem para uma vida própria. Esquecem-se que são seres únicos, cada individuo sendo uma pessoa diferente das demais. A beleza de uma terra rica está exatamente na convivência dos diferentes, não na mistura deles. Se temos um lugar ou uma era em que todos se alienam e fazem a mesma coisa, temos a terra devastada: "Em toda a minha vida nunca fiz o que queria, sempre fiz o que me mandaram fazer".

O Graal se torna aquilo que é logrado e conscientizado por pessoas que viveram suas próprias vidas. O Graal representa (simboliza) o receptáculo das realizações das mais altas potencialidades da consciência humana.
O rei que inicialmente cuidava do Graal, por exemplo, era um jovem adorável, mas que, por ainda ser muito jovem e cheio de anseios de vida, acabou por tomar atitudes que não se coadunavam com a posição de rei do Graal. Ele partiu do castelo com o grito de guerra "Amor!", o que é próprio da juventude, mas que não se coaduna com a condição de ser rei do Graal. Ele parte do castelo e, quando cavalgava, um muçulmano, um não cristão, surgiu da floresta (a floresta representando o nível desconhecido do nosso psiquismo). Ambos erguem as lanças e se atiram um contra o outro. A lança do rei Graal mata o pagão, mas a lança do pagão castra o rei Graal.

O que isto quer dizer é que a separação que os padres da igreja fizeram entre matéria e espírito (já que Jesus sempre se referia ao Reino como um campo em que um semeador saiu a semear, ou uma rede atirada ao mar, ou a uma festa de núpcias, ou sobre as aves do céu e os lírios do campo, está claro que esta divisão pré-cartesiana foi fruto da mentalidade patriarcal dos pais da igreja, não do Cristo), entre dinamismo da vida e o reino do espírito, entre a graça natural e a graça sobrenatural, na verdade castrou a natureza. E a mente européia, a vida européia, tem sido emasculada por essa separação. A verdadeira espiritualidade, que resultaria da união entre matéria e espírito, tal como era praticada pelos Druidas, foi morta. O que representava, então, o pagão? Era alguém dos subúrbios do Éden. Era um homem que veio da floresta, ou seja, da natureza mais densa, e na ponta de sua lança estava escrita a palavra "Graal". Isso quer dizer que a natureza aspira ao Graal. A vida espiritual é o buquê, o perfume, o florescimento e a plenitude da vida humana, e não uma virtude sobrenatural imposta a ela. Desse modo, os impulsos da natureza são sagrados e dão autenticidade à vida. Esse é o sentido do Graal: Natureza e espírito anseiam por se encontrar uma ou outro, numa atitude holística. E o Graal, procurado nestas lendas românticas, é a reunião do que tinha sido divido, o seu encontro simboliza a paz que advém da união.

O Graal que é encontrado se tornou o símbolo de uma vida autêntica, vivida de acordo com sua própria volição, de acordo com o seu próprio sistema de impulsos, vida que se move entre os pares de opostos, o bem e o mal, a luz e as trevas. Uma das versões da lenda do Graal começa citando um breve poema: "Todo ato traz bons e maus resultados". Todo ato na vida desencadeia pares de opostos em seus resultados. O melhor que tem há fazer é pender em direção da luz, na direção da harmonia entre estes pares, e que resulta da compaixão pelo sofrimento, que resulta de compreender o outro. É disso que trata o Graal. É isso o que Buda quis dizer por tomar o caminho do meio. É isso o que significa estar crucificado entre o bom e o mal ladrão e ainda orar ao Pai...

Histórias ou contos de fadas são histórias com motivos mitológicos desenhadas especialmente para as crianças. Elas frequentemente falam de uma menininha no limiar da passagem da infância para a descoberta da sexualidade. É por isso que chapeuzinho vermelho veste uma capa vermelha. Algo nela exige, sem que ela queira, que ela faça o percurso pelo meio da floresta (nosso lar de origem, onde se esconde nossos instintos), até chegar à casa da vovó (a cultura tradicional que devemos respeitar). Chapeuzinho está em fase de transição. A capa vermelha lembra o sangue da menstruação. A jovem é algo muito atraente para o Lobo. Ainda hoje dizemos que um homem apaixonado e desejoso por uma mulher é um lobo. E ela não pode evitar conversar com o Lobo no meio do caminho. O Lobo a atrai também. Na história original, chapeuzinho se transforma numa loba, ela sabe que a velha cultura repressora deve ser morta para que ela possa sentir o que deseja. Ela entende o sofrimento do lobo.
Uma outra história semelhante é a da Bela Adormecida. Ao completar dezesseis anos, a princesa parece hesitar diante da crise da passagem da infância à idade adulta e se sente atraída a furar o dedo na roca que a fará adormecer. Enquanto dorme, o príncipe ultrapassa todas as barreiras que ela, sem querer, levantou contra a sua maturação e vem oferecer a ela uma boa razão para aceitar crescer. O beijo mostra que crescer, ao final de contas, tem seu lado agradável. Todas aquelas histórias coletadas pelos irmãos Grimm representam a menininha paralisada. Todas aquelas matanças de dragões e travessias de limiares têm a ver com a ultrapassagem da paralisação, com a superação dos demônios internos.

Os rituais das "primitivas" cerimônias de iniciação têm sempre uma base mitológica e se relacionam ou à eliminação do ego infantil quando vem à tona o adulto, ou visa à por a prova o iniciado aos próprios medos e demônios internos. No primeiro caso, a coisa é mais dura para o menino, já que para a menina a passagem se dá naturalmente. Ela se torna mulher quer queira ou não, mas o menino, primeiro, tem de se separar da própria mãe, encontrar energia em si mesmo, e depois seguir em frente. É disso que trata o mito do "Jovem, vá em busca de seu pai". Na Odisséia, Telêmaco vive com a mãe. Quando completa vinte anos, Atena vem a ele e diz: "Vá em busca de seu pai". Este é o tema em todas as histórias. Às vezes é um pai místico, mas às vezes, como na Odisséia, é o pai físico.

O tema fundamental nos mitos é e sempre será a da busca espiritual. Vemos que nas vidas dos grandes Mestres espirituais da Humanidade sempre nascem lendas e mitos ligados a eles, figuras históricas reais. A história real de Jesus, por exemplo, parece representar uma proeza heróica universal. Primeiro, ele atinge o limite da consciência do seu tempo, quando vai à João Batista para ser batizado. Depois, ultrapassa o limiar e se isola no deserto, por quarenta dias. Na tradição judaica, o número 40 é mitologicamente significativo. Os filhos de Israel passaram quarenta anos no cativeiro, Jesus passou quarenta dias no deserto. No deserto, Jesus sofreu três tentações. Primeiro, a tentação econômica, quando o Diabo diz: "Você parece faminto, meu jovem! Por que não transformar estas pedras em pão?" Depois vem a tentação política. Jesus é levado ao topo da montanha, de onde avista as nações do mundo, e o Diabo diz: "Tudo isto te darei, se me adorares", que vem a ser uma lição, ainda não compreendida hoje, sobre o quanto custa ser um político bem-sucedido. Jesus recusa. Finalmente o Diabo diz: "Pois bem, já que você é tão espiritual, vamos ao topo do templo de Herodes e atira-te lá embaixo. Deus o acudirá e você não ficará sequer machucado". Isto é conhecido como enfatuação espiritual. Eu sou tão espiritual que estou acima das preocupações da carne e acima deste mundo. Mas Jesus é encarnado, não é? Então ele diz: "Você não tentará o senhor, teu Deus". Essas são as três tentações de Cristo, tão relevantes hoje quanto no ano 30 de nossa era.

O Buda, também, se dirige à floresta e lá entretém conversações com os gurus da época. Então os ultrapassa e, após um período de provações e de busca, chega à árvore boddhi, a árvore da iluminação, onde igualmente enfrenta três tentações (isso quinhentos anos antes de Cristo). A primeira tentação é a da luxúria, a segunda, a do medo e a terceira, a da submissão à opinião alheia.

Na primeira tentação, o Senhor da Luxúria exibe suas três belíssimas filhas diante de Sidarta. Seus nomes são Desejo, Satisfação e Arrependimento - passado, presente e futuro. Mas o Buda, que já se havia libertado do apego a toda a sensualidade, não se comoveu.

Então o Senhor da Luxúria se transformou no senhor da Morte e lançou contra Sidarta, o Buda, todas as armas de um exército de monstros. Se Sidarta se apavorar, todas as armas se materializariam. Mas o Buda tinha encontrado em si mesmo aquele ponto imóvel, interior, o self, como diria Jung, que pertence à eternidade, intocado pelo tempo. Uma vez mais não se comoveu e as armas atiradas se transformaram em flores de reverência.

Finalmente, o Senhor da Luxúria e da Morte se transformou no temível Senhor dos Deveres Sociais, e perguntou: "Meu jovem, você não leu os jornais da manhã de hoje? Não sabe o que há para ser feito?" A resposta do Buda foi simplesmente tocar o chão com as pontas dos dedos da sua mão direita. Então a voz da deusa-mãe/deus-pai do universo se fez ouvir no horizonte, dizendo: "Este aqui é meu filho amado, e já se doou de tal forma ao mundo que não há mais ninguém aqui a quem dar ordens. Desista dessa insensatez." Enquanto isso, o elefante, no qual estava o Senhor dos Deveres Sociais, curva-se em reverência ao Buda e toda a corte do Antagonista se dissolveu, como num sonho. Naquela noite, o Buda atingiu a iluminação e permaneceu no mundo, pelos cinqüenta anos seguintes, ensinando o caminho da extinção dos grilhões do egoísmo.

Pois bem, as duas primeiras tentações - a do desejo e a do medo - são as mesmas que Adão e Eva parecem ter experimentado, de acordo com o extraordinário quadro de Ticiano, concebido quando o pintor estava com noventa e quatro anos de idade. A árvore é o mitológico aix mundi, aquele ponto em que tempo e eternidade, movimento e repouso, são um só, e ao redor do qual revolvem todas as coisas. Ela aparece ali, representada apenas em seu aspecto temporal, como a árvore do conhecimento do bem e do mal, ganho e perda, desejo e medo. À direita está Eva, que vê o Tentador sob a forma de uma criança, oferecendo-lhe a maçã, e ela é movida pelo desejo. Adão, do lado oposto, vê os pés monstruosos do tentador ambicioso, e é movido pelo medo. Desejo e medo: eis as duas emoções pelas quais é governada toda a vida na terrra. O desejo é a isca, a morte é o arpão.

Adão e Eva se deixaram tocar; o Buda, não. Adão e Eva deram origem à vida e foram estigmatizados por Deus; o Buda ensinou a libertar-se do medo de viver.

No filme de Geoge Lucas, Guerra nas Estrelas o vilão Darth Vader representa uma figura arquetípica. Ele é um monstro porque não desenvolveu a própria humanidade. Quando ele retira a sua máscara, o que vemos é um rosto informe, de alguém que não se desenvolveu como indivíduo humano. Ele é um robô. É um burocrata, vive não nos seus próprios termos, mas nos termos de um sistema imposto. Este é o perigo que hoje enfrentamos como ameaça às nossas vidas. O sistema vai conseguir achatá-lo e negar a sua própria humanidade, ou você conseguirá utilizar-se dele para atingir seus propósitos humanos? Como se relacionar com o sistema de modo a não o ficar servindo compulsivamente? O que é preciso é aprender a viver no tempo que nos coube viver, como verdadeiros seres humanos. E isso pode ser feito mantendo-se fiel aos próprios ideais, como Luke Skywalker no filme, rejeitando as exigências impessoais com que o sistema pressiona. Ainda que você seja bem sucedido na vida, pense um pouco: Que espécie de vida é essa? Que tipo de sucesso é esse que o obrigou a nunca mais fazer nada do que quis, em toda a sua vida? Vá aonde seu corpo e a sua alma desejam ir. Não deixem que escolham por você. Quando você sentir que encontrou um caminho, que é por ali, então mantenha-se firme no caminho que você escolheu, e não deixe ninguém desvia-lo dele.

Você poderá dizer: "isso é ótimo para a imaginação de um George Lucas ou para as teorias de um Joseph Campbell, mas não é o que acontece em minha vida".

Errado! Você pode apostar que acontece, sim - e se a pessoa não for capaz de reconhecê-lo, isso poderá transformá-lo num Darth Vader. Se o indivíduo insiste num determinado programa e não dá ouvidos ao próprio coração, corre o risco de um colapso esquizofrênico. Tal pessoa colocou-se a si mesma fora do centro, alistou-se num programa de vida que não é, em absoluto, aquilo em que o corpo está interessado. O mundo está cheio de pessoas que deixaram de ouvir a si mesmos, ou ouviram apenas os outros, sobre o que deviam fazer como deviam se comportar e quais os valores segundo os quais deveriam viver. Mas qualquer um tem potencialidade para correr e salvar uma criança. Está no interior de cada um a capacidade de reconhecer os valores da vida, para além da preservação do corpo e das ocupações do dia-a-dia.

Os mitos estimulam a tomada de consciência da sua perfeição possível, a plenitude da sua força, a introdução da luz solar no mundo. Destruir monstros é destruir coisas sombrias. Os mitos o apanham, lá no fundo de você mesmo. Quando menino, você os encara de um modo. Mais tarde, os mitos lhe dizem mais e mais e muito mais. Quem quer que tenha trabalhado seriamente com idéias religiosas ou míticas sabe que, quando crianças, nós as aprendemos num certo nível, mas depois outros níves se revelam. Os mitos estão muito perto do inconsciente coletivo, e por isso são infinitos na sua revelação.

Joseph Campbell


19.3.08

A Saúde Publica no Brasil

Hoje abro espaço para trazer ao conhecimento das autoridades, e do publico em geral, a falta de informação em saúde publica.

No Brasil hoje, apesar de tantos meios de comunicação, ainda temos a dura realidade de ver a população que luta duramente para conquistar o direito de ter a vida de seus familiares preservados.

Falta-lhes informação suficiente dos hospitais que podem atender certas especializações,

e principalmente boa vontade nos encaminhamentos médicos,onde tenham o atendimento em clinicas especializadas.

Nos hospitais públicos temos uma nata de profissionais capaz de atender com rapidez e eficiência uma boa parte da população, falta para isto informação.

Para comprovar o que digo, apresento um caso típico de luta de uma mãe que penou vários anos com sua filhinha, antes de encontrar a ajuda necessária no caso. Veja o seu relato.

De Paola e sua biografia.


Biografia: Paola

Paola nasceu em São Paulo, em 28/08/1971, no Hospital Matarazzo. Lá foi criada e completou seus estudos. Iniciou a Faculdade de Administração em Finanças, mas não pôde concluir, pois não era sua vocação. Foi morar em Curitiba em 1996, onde teve suas duas filhas, e as cria até hoje separada do marido.

Hoje, aos 36 anos, trabalha com digitação, faz faculdade de Pedagogia e escreve poesias, artigos de blog onde possui, e demais assuntos. Tem um romance escrito.

Escreve desde os 15 anos, e apesar de não ter nada publicado, gosta da arte de escrever. Participou do "1º Concurso Nacional de Poesia", em 1989, onde foi premiada com uma Menção Honrosa e de outros concursos.

O seu maior sonho é publicar livros de poesias e o seu romance que terminara no ano de 2006.

Apenas 10 anos

Nas palavras que executo hoje, são palavras relatadoras e quem sabe possam ajudar muitas pessoas a resolverem seus problemas.

Não somos nada se isolarmos dentro de uma redoma, ou num cubículo que se chama nosso mundo. Por isso eu Paola, costumo sofrer chorar, lutar gritar, mas a mim cabe as palavras da reclamação e exigir os direitos que tenho perante a vida e a justiça dos homens e, sobretudo a justiça de Deus a quem devo uma enorme conta no dia do Juízo.

Estou escrevendo este texto por ter sido convidada pela Doroty, aqui presente e grande colaboradora na divulgação das minhas humildes palavras.

No decorrer dessa vida, todos passamos por uma série de problemas e situações com as quais jamais pensaríamos em estar dentro dela, o mundo vai, as respostas, as exposições, as pessoas, as intenções, tudo fica cada vez mais difícil, e se não tivermos bom senso e sabedoria para cada interrogação que paira sobre nossa cabeça.

A vida me ensinou isso. O curso dela é muito engraçado.

Quando minha filha mais velha nasceu, era tudo muito lindo e maravilhoso, mas ela já de bebezinha não fazia as necessidades de acordo, bom, os dias e os meses passam e eu preocupada já desde então, começo minha peregrinação a médicos preocupada com a pobre que não evacuava corretamente as suas fezes. Desde então anos se passavam e ao longo destes anos eu me frustrava, pois todos os médicos pediatras que apareciam por ali só receitavam laxantes dos mais diversos tipos.

A quem diga todas aquelas mandingas caseiras:

“Olha! A senhora dê pra menina uma colherzinha de azeite!”

“Dona Paola! Dá mamão pra ela, mas com a semente ta!!”

Minha vontade quase sempre de sumir ou mandar todos os que me davam receitinhas as favas, mas eu sempre prosseguia, pensando bem todos queriam o meu bem, ‘o bem da minha filha’.

Os anos se passavam e de repente minha filha começou sujar as calcinhas, e eu sem saber começava a brigar com ela achando que ela ‘não sabia se limpar direito’, afinal a irmã mais nova andava sempre limpinha e a mais velha não. Brigávamos com ela, até que um dia depois de mais alguns anos pude entender que ela não tinha culpa do que estava acontecendo, sues olhinhos eram cheios de lágrimas que me cortavam o coração. Minha filha entrou na escola e todas as vezes que usava tais medicações ou supositórios eu tinha sempre de escrever bilhetes até hoje o seu constrangimento de se borrar inteira, muitos professores até que não sabiam do problema, não a deixavam sair para ir apenas se limpar no banheiro, pois o que sujava não eram fezes em si, e sim apenas resíduos do que o intestino não suportava mais. Dias sofridos, largos anos tortuosamente sofridos, e o barrigão crescendo e endurecendo, num determinado dia de férias, passamos por uma situação de internamento de emergência, mas o assunto era completamente outro, quando a enfermeira indaga:

“Sua filha está grávida?”

Eu respondo:

“Não, minha filha tem 9 anos, e é impossível uma gravidez neste te caso, já que ela ainda não mênstruou, o que ela tem, é um problema sério de intestino que não evacua por isso esse barrigão”.

E tudo o que fizeram foi tirar um Raio X e me receitarem mais laxantes. Oras!!

Mais um ano se passou, e minha família me alertou para que pedisse encaminhamento para os Institutos Infantis ou para as Clínicas, porque deveria realmente ser algo mais sério e até mesmo um caso de estudos, mas que minha filha deveria ser realmente tratada, resumindo, médico nenhum me deu encaminhamento o que me deixou mais frustrada.

Nestas ultimas férias, minha irmã e eu resolvemos leva-la a um médico especialista ‘gastro’, e resumindo ele logo diagnosticou, trata-se de um caso de MEGACOLON, meu desespero maior foi pesquisar na internet, numa Lan House que a criança já nasce com essa doença, muitos morrem nos primeiros anos de vida e que os demais não passam dos 10 anos de vida. Eu pirei! Meu Deus minha filha tem 10 anos! Na mesma semana fomos fazer o tal exame chamado ‘ENEMA OPACO’, com um detalhe mais agravante pois o aparelho que realiza este tipo de exame estava quebrado no hospital das clínicas, e a única solução era correr para o particular novamente e pagamos, minha irmã quem pagou o exame, meu dinheiro que tinha acabara, e a situação da vida e da morte era evidente, e já não sabia mais o que fazer, e ao mesmo tempo eu sendo mãe, a via e a vejo com muita saúde e vida a viver, e jamais a tratei como uma pobrezinha que logo irá ‘morrer’, continuei a vida, eu com dores encontradas em todo meu corpo para não passar para ela minha preocupação.

Hoje finalmente consegui um encaminhamento para a Instituição de Curitiba onde moro, o medico ainda se negou a me encaminhar, e fui atrás exigir os meus direitos denunciando no 0800 da Ouvidoria da Saúde, e depois disto o denunciei para a suposta ‘chefe’ dele e finalmente consegui o tal encaminhamento, onde agora estou tratando do caso doentio da minha filha.

Deixo todos tranqüilos que o caso dela não é um caso agudo da doença, por isso o desenvolvimento dela, mas ainda corre o risco de ainda fazer uma cirurgia pesada. Ela passa bem, feliz e tranqüila como sempre foi.

Apenas não evacua!

Por isso volto no assunto de que sempre que tiverem algum problema, não ezite, lute, fale conte a alguém, talvez este ou aquele não possa te ajudar, mas sempre terá um disposto em fazê-lo.

As mulheres que sofrem com seus maridos dentro das suas casas, falem com a vizinhança, mas não deixe que te faltem respeito.

Termino este longo texto feliz, porque a vida me deu presentes dos quais me orgulho muito, e o principal dele, me deu dignidade e liberdade de expressão, pois sem ela não sou nada, sem as palavras também não sou nada e sem garra não posso ser nada.

Paola Vannucci

19/03/2008

13.3.08

Connvite

O PROYECTO CULTURAL

Em sua caminhada Cultural lança

A perspectiva de vários eventos em São Paulo na casa das Rosas

E a criação de varias modalidades de oficinas,

com a participação dos poetas nas escolas, nos hospitais, e em muitos eventos.

Queremos você em parceria com nosso trabalho venha

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Mahatma Gandhi

Alguns o chamavam de faquir despido
Mahatma Gandhi é um fenômeno do século XX.

Seu povo o chamava de grande alma
Pacifista não aceitava a Violência,

Conduziu seu povo de modo pacifico
até a independência da Índia.

Cuidava de si como um exemplo,
Sendo aquele que conduzia seu povo

Devia ser ele o que ensinava,
E devia então ser o espelho para todos.
Dora Dimolitsas



O Projeto do Milênio, constituído pelo Secretário-Geral das Nações Unidas em 2000, a desenvolver um plano de ação para que o mundo reverta o quadro de pobreza, fome e doenças opressivas que afetam bilhões de pessoas. O Plano Global propõe soluções diretas para que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio sejam alcançados até 2015, 191 Estados-Membros das Nações Unidas assumiram o compromisso de: acabar com:
A miséria a fome, AIDS, malaria e outras doenças, garantir educação básica para todos, igualdade de. Sexo, valorização da mulher, redução da mortalidade infantil, melhorar a saúde das gestantes, qualidade de vida e respeito ao meio ambiente, Exterminar o racismo no Brasil e ou discriminação de qualquer forma.
Seremos um grupo voluntário enquanto a humanidade caminha
Homens como Jesus, Gandhi, Buda e muitos outros lutaram com o mesmo objetivo.
Conduzir o homem na paz, e de modo pacifico.





3.3.08

TERREMOTO ATINGE 3,9 PONTOS

TERREMOTO ATINGE 3,9 PONTOS

NA ESCALA RICHTER

População está em pânico.

Raramente acreditamos que algo possa afetar nossa linda e sagrada terra.

O Brasil está localizado, no centro da placa tectônica, local onde não acontecem grandes tremores. No entanto já faz algum tempo que vem acontecendo abalos sísmicos em vários estados Brasileiros. Em dezembro tivemos até uma vitima em Minas Gerais.

Agora dia 29 de fevereiro em Sobral cidade do interior do Ceará,com aproximadamente 170 mil habitantes.Uma madrugada de pânico tremores assustou a população deixando todos em pânico.

Temos os relatos sérios de moradores do local, que nos contam com detalhes os momentos mais difíceis.


Veja o relato da senhora Angela

Apesar dos tremores ñ terem sido muito fortes, foi horrível.Já sabia q estavam acontecendo mas ainda ñ tinha sentido nada;só ouvido um grande barulho como se fosse um caminhão pesado passando pela rua.

Como se o chão fosse abrir-se aos nossos pés. Minhas filhas, duas jovens de 20 e 17 anos, apavoradas e eu,

Deitamos todos juntos e uma das filhas NÃO conseguia acalmar-SE

passou todo o tempo segurando minha mão.Tenho muito controle sobre meu corpo mas meu coração estava disparado e dizia para mim em silencio:"te acalma,Angela.Tu é a fortaleza da tua família".Pensa q conseguia?Não conseguia nem disfarçar para as filhas. No dia seguinte,todos estávamos com muito sono e na expectativa da próxima noite. Aconteceu também, mas fracos. Mais parece cena de filme.

O pai delas,do mesmo jeito,também estava sem palavras.Fomos todos p a rua,ficamos um bom tempo;vimos q ñ aconteceu mais forte e entramos.Mas a madrugada toda foi sem parar.Mesmo fracos,nos assustávamos a cada parede tremida. Foram registrados 100 tremores